Por: ASTIER BASÍLIO
- IDENTIDADE CULTURAL - Chico Pereira afirma que o projeto não tem qualquer compromisso com a arte tradicional
O primeiro painel tropicalista feito na Paraíba teve a assinatura de Chico Pereira. Adesismo de primeira hora? De modo nenhum. O artista sempre foi antenado. Prova disso é sua mais recente exposição, ‘Conexões Desconexas 2’, montada na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa. São 15 ambientes ou nichos. A curadoria é do também artista plástico Dyógenes Chaves.
“A galeria se transformou em uma verdadeira instalação”, afirmou o curador. Quer ter uma idéia de como o trabalho foi montado? Em um ambiente, temos a fusão de fotografias do guerrilheiro Che Guevara e cantor Roberto Carlos? A idéia é mesmo colocar signos em colisão. Já imaginou ir a uma privada e ao levantar a tampa se deparar com ícones das artes plásticas? ‘Conexões Desconexas 2’ traz não só esse deslocamento, mas uma série de outras ressignificações.
A exposição é patrocinada pela Usina Cultural Energisa. O trabalho coincide com o projeto NAC 30 Anos: Sobrevivendo nas Trincheiras (Rede Nacional de Artes Visuais/Funarte/Minc). A primeira edição do ‘Conexões Desconexas’ foi iniciada no próprio NAC em 2002 e apresentada na Pinacoteca da Universidade Federal de Alagoas, em Maceió, no ano passado. A mostra evidencia apenas uma face da obra de Chico Pereira, não por acaso pouco conhecida entre nós.
Não é fácil encontrar uma definição para o trabalho. O curador Dyógenes Chaves arrisca uma: “Trata-se de um arquivo de idéias, documentos e objetos, que tem origem no exercício de observação cotidiana realizado pelo artista e engloba desde fatos nas áreas da política e da comunicação até uma profunda pesquisa da cultura popular. Nada escapa ao seu trabalho de memorialista às vezes, irônico e sarcástico deste mundo contemporâneo cada vez mais escravo da ‘ditadura da imagem visual’ e das efemeridades que nos assolam”.
Para Chico Pereira ‘Conexões Desconexas’ “é apenas um capítulo de um projeto mais abrangente a que chamei de ‘Memórias e anotações’, que possui certa anarquia ideológica e nenhum compromisso com a angústia do perfeccionismo da arte tradicional, embora, ao mesmo tempo, seja comprometida com a história humana e com meu livre pensar como artista’.
Dyógenes Chaves ao se referir ao trabalho de Chico Pereira utiliza o termo “site specific”. De acordo com a Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais, o termo “sítio específico” faz menção a obras criadas de acordo com o ambiente e com um espaço determinado. Trata-se, em geral, de trabalhos planejados - muitas vezes fruto de convites - para um certo local, em que os elementos esculturais dialogam com o meio circundante, para o qual a obra é elaborada”.
Para Dyógenes, na exposição Chico Pereira claramente “convoca o espectador a enveredar nos meandros da própria história da arte em busca de algumas das perguntas (e respostas) que dão sentido à construção de nossa identidade cultural”.
Chico Pereira nasceu em Campina Grande, mas há décadas está radicado em João Pessoa. É artista plástico, designer gráfico, professor do Curso de Artes Visuais da UFPB e crítico de arte (ABCA). Desde os anos 1960, tem participado ativamente de movimentos culturais na Paraíba. Integrou a equipe de implantação do Museu de Arte de Campina Grande, que dirigiu entre 1969-74.
Disponível em : http://jornaldaparaiba.globo.com/v2008/vida.php?id=22690&IDNOT=6&rqv=y
Karlene Braga
“A galeria se transformou em uma verdadeira instalação”, afirmou o curador. Quer ter uma idéia de como o trabalho foi montado? Em um ambiente, temos a fusão de fotografias do guerrilheiro Che Guevara e cantor Roberto Carlos? A idéia é mesmo colocar signos em colisão. Já imaginou ir a uma privada e ao levantar a tampa se deparar com ícones das artes plásticas? ‘Conexões Desconexas 2’ traz não só esse deslocamento, mas uma série de outras ressignificações.
A exposição é patrocinada pela Usina Cultural Energisa. O trabalho coincide com o projeto NAC 30 Anos: Sobrevivendo nas Trincheiras (Rede Nacional de Artes Visuais/Funarte/Minc). A primeira edição do ‘Conexões Desconexas’ foi iniciada no próprio NAC em 2002 e apresentada na Pinacoteca da Universidade Federal de Alagoas, em Maceió, no ano passado. A mostra evidencia apenas uma face da obra de Chico Pereira, não por acaso pouco conhecida entre nós.
Não é fácil encontrar uma definição para o trabalho. O curador Dyógenes Chaves arrisca uma: “Trata-se de um arquivo de idéias, documentos e objetos, que tem origem no exercício de observação cotidiana realizado pelo artista e engloba desde fatos nas áreas da política e da comunicação até uma profunda pesquisa da cultura popular. Nada escapa ao seu trabalho de memorialista às vezes, irônico e sarcástico deste mundo contemporâneo cada vez mais escravo da ‘ditadura da imagem visual’ e das efemeridades que nos assolam”.
Para Chico Pereira ‘Conexões Desconexas’ “é apenas um capítulo de um projeto mais abrangente a que chamei de ‘Memórias e anotações’, que possui certa anarquia ideológica e nenhum compromisso com a angústia do perfeccionismo da arte tradicional, embora, ao mesmo tempo, seja comprometida com a história humana e com meu livre pensar como artista’.
Dyógenes Chaves ao se referir ao trabalho de Chico Pereira utiliza o termo “site specific”. De acordo com a Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais, o termo “sítio específico” faz menção a obras criadas de acordo com o ambiente e com um espaço determinado. Trata-se, em geral, de trabalhos planejados - muitas vezes fruto de convites - para um certo local, em que os elementos esculturais dialogam com o meio circundante, para o qual a obra é elaborada”.
Para Dyógenes, na exposição Chico Pereira claramente “convoca o espectador a enveredar nos meandros da própria história da arte em busca de algumas das perguntas (e respostas) que dão sentido à construção de nossa identidade cultural”.
Chico Pereira nasceu em Campina Grande, mas há décadas está radicado em João Pessoa. É artista plástico, designer gráfico, professor do Curso de Artes Visuais da UFPB e crítico de arte (ABCA). Desde os anos 1960, tem participado ativamente de movimentos culturais na Paraíba. Integrou a equipe de implantação do Museu de Arte de Campina Grande, que dirigiu entre 1969-74.
Disponível em : http://jornaldaparaiba.globo.com/v2008/vida.php?id=22690&IDNOT=6&rqv=y
Karlene Braga
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