MATTHEW GRIFFINBorn in 1976, Bendigo, Australia; lives and works in Melbourne, Australia. "Homem Infinito, 2005).
Viviana García Londres, 25 jan (EFE) - O mundo do humor, das brincadeiras até a ironia e a sátira, é o centro de uma mostra da galeria Hayward em Londres, que explora o papel do riso na arte contemporânea através do trabalho de trinta artistas.Intitulada "Laughing in a foreign language", a exposição, que será inaugurada amanhã e poderá ser vista até o dia 13 de abril, reúne vídeos, fotografias, instalações interativas, bonecos gigantes e vinhetas de artistas de todo o mundo.
Em tempos de globalização, a exibição questiona se o humor só pode ser apreciado por pessoas com os mesmos antecedentes culturais, históricos e políticos, ou se pode ser uma via de escape para entender o desconhecido. A exposição busca, também, as raízes do humor e procura o que faz as pessoas rirem. Os artistas utilizam o humor para abordar assuntos sociais e políticos em diferentes países.
A mostra lembra que, ao longo da história, os acadêmicos estudaram o universo do humor.O terceiro conde de Shaftesbury, Anthony Ashley Cooper (1671-1713), foi o primeiro teórico do humor, ao qualificá-lo como a expressão do bom senso, uma sensibilidade pública compartilhada.
O diretor da galeria Hayward, Ralph Rugoff, assinalou que o riso é universal, mas o humor é especificamente social."A exibição oferece uma perspectiva fresca e alternativa de diferentes culturas, ao reunir artistas de 22 países", ressaltou.
Os trabalhos permitem ao visitante explorar não só as diferenças referentes à cultura e ao humor, mas também o que os une, segundo o diretor. Entre as obras destacadas, figuram vídeos expostos em três telas paralelas, como uma trilogia, da artista alemã Julien Rosefeldt, que retrata o mundo do absurdo ao mostrar um palhaço caminhando em uma floresta, como se estivesse perdido.
A sátira é a protagonista do trabalho de Yoshua Okon, do México, que expõe retratos de políticos, retirados de cartazes utilizados na campanha eleitoral mexicana de 2004. Okon procura comparar os políticos com estafilococos, bactérias que podem causar doenças.A intenção deste trabalho, segundo a exposição, é explorar a natureza parasitária dos políticos, já que os estafilococos podem ser tanto inofensivos quanto mortais.
O mundo da imigração é tema de vários artistas, como o chinês Jun Yang, que recorreu a um vídeo para refletir as condições de vida dos imigrantes no Ocidente, tanto ilegais como legais, em um clima de paranóia após os atentados terroristas do dia 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
O sul-coreano Gimhongsok também falou de imigração com a exposição de pêlos gigantes de animais, montados uns sobre outros e parecendo maltratados, comparando com as condições dos imigrantes que trabalham em uma fábrica de sapatos por cinco euros/hora.
O japonês Makoto Aida mostra seu humor em um vídeo no qual ele mesmo aparece disfarçado de Osama bin Laden, e relata como o terrorista desfruta da vida no Japão, na sua visão.
A exposição, dividida em seis grandes seções, dedica quase uma sala inteira às vinhetas do britânico David Shrigley, publicadas em jornais, e com as quais explica o mundo através da ironia."Para mim, tudo deve ter algo de humor, porque assim é a vida. É divertida e, ao mesmo tempo, triste e má", opinou Shrigley.
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