
Cronofagia foi um trabalho participante da 25ª Bienal de São Paulo, que, por sua vez, assim como em 1998, estabeleceu duas curadorias distintas na seleção e apresentação dos trabalhos de web arte – ou net art, assim denominados em 2002 – mas com um diferencial: na edição de 2002, surge a idéia do núcleo de Net Art Brasil, englobando a produção brasileira de arte para a rede, com artistas como Gilbertto Prado (Desertesejo), Artur Matuck (Literaterra/Landscript) e Diana Domingues (Ouroboros).
Sob a curadoria de Christine Mello, os autores de Cronofagia trouxeram os referenciais poéticos de outros trabalhos antecedentes como Jacks in Slow Motion: experience 02, com a participação de Alberto Blumenschein, Emiliano Miranda e Silvia Laurentiz, onde através de uma câmera conectada a rede Internet, era possível aos visitantes da 24ª Bienal de São Paulo visualizar os presidiários de uma cadeia fluminense. O universo poético da dupla de artistas engloba situações limítrofes, muitas vezes com alto impacto visual tratando de conceitos viscerais como a violência, a sobrevivência humana, a morte e a degradação física e moral. Paralelamente à produção, em suportes digitais, os artistas levam esse universo também para outros meios, como o cinema, em produções como Morte Densa, em que mostra histórias de assassinos-de-uma-morte-só, mostrando antagonismos e paradoxos – relações sempre presente em várias produções.
O acesso ao trabalho pode se dar diretamente quando se possui o endereço do site ou indiretamente através da página da 25ª Bienal, quando ao clicar no nome do trabalho, o visitante terá uma nova janela do navegador aberta, sem menus (comandos voltar, atualizar, parar e outros), possuindo somente a barra padrão do sistema e os seus respectivos botões de minimizar, maximizar e fechar. Na janela, encontra-se logo acima, o nome do trabalho com as palavras-chave “violência, tempo, deterioração, morte” que se mantêm em ritmo contínuo de esvaecer/aparecer. Logo abaixo, apresenta-se uma imagem de carne em decomposição, que ocupa uma grande parte da janela. Mais abaixo ainda, há instruções que incentivam a participação do usuário através da frase “clique na imagem para disparar o relógio web” e um link para outra página com um texto de algumas linhas sobre as idéias contidas no trabalho e créditos.
De todos os itens existentes na apresentação/composição visual da página web, o que mais nos interessa é a imagem de carne em decomposição que se encontra ao centro, ocupando praticamente todo o campo visual – quando visualizada em uma resolução de 800x600 – da janela. Ao entrar no site, o visitante é convidado a clicar sobre a imagem a fim de “disparar o relógio web”, quando a ação é feita, a expectativa de que algo de significativo iria acontecer, se desfaz: somente uma linha horizontal atravessa verticalmente a imagem – referenciando uma varredura – mas a imagem continua intacta.
Os autores utilizam no site um mecanismo que contabiliza cada clique efetuado sob a imagem, somando os cliques de todos os visitantes. Ao chegar a um determinado número de cliques – que não é informado em nenhum momento – efetuados por inúmeros visitantes juntos, substitui-se a imagem até então disponível, por outra que estará a mercê do mesmo mecanismo.
A título de curiosidade, podemos intuir que o número necessário de cliques para a substituição-morte da imagem seja elevado. O site foi acompanhado no período do dia 08 de maio de 2002 a 20 de junho de 2002 e, durante este período, apenas uma imagem foi substituída. Vale lembrar que parte desse período compreendeu a Bienal, o que teoricamente significa que muitas pessoas acessaram o site no espaço expositivo e através da divulgação do evento na mídia.
Sob a curadoria de Christine Mello, os autores de Cronofagia trouxeram os referenciais poéticos de outros trabalhos antecedentes como Jacks in Slow Motion: experience 02, com a participação de Alberto Blumenschein, Emiliano Miranda e Silvia Laurentiz, onde através de uma câmera conectada a rede Internet, era possível aos visitantes da 24ª Bienal de São Paulo visualizar os presidiários de uma cadeia fluminense. O universo poético da dupla de artistas engloba situações limítrofes, muitas vezes com alto impacto visual tratando de conceitos viscerais como a violência, a sobrevivência humana, a morte e a degradação física e moral. Paralelamente à produção, em suportes digitais, os artistas levam esse universo também para outros meios, como o cinema, em produções como Morte Densa, em que mostra histórias de assassinos-de-uma-morte-só, mostrando antagonismos e paradoxos – relações sempre presente em várias produções.
O acesso ao trabalho pode se dar diretamente quando se possui o endereço do site ou indiretamente através da página da 25ª Bienal, quando ao clicar no nome do trabalho, o visitante terá uma nova janela do navegador aberta, sem menus (comandos voltar, atualizar, parar e outros), possuindo somente a barra padrão do sistema e os seus respectivos botões de minimizar, maximizar e fechar. Na janela, encontra-se logo acima, o nome do trabalho com as palavras-chave “violência, tempo, deterioração, morte” que se mantêm em ritmo contínuo de esvaecer/aparecer. Logo abaixo, apresenta-se uma imagem de carne em decomposição, que ocupa uma grande parte da janela. Mais abaixo ainda, há instruções que incentivam a participação do usuário através da frase “clique na imagem para disparar o relógio web” e um link para outra página com um texto de algumas linhas sobre as idéias contidas no trabalho e créditos.
De todos os itens existentes na apresentação/composição visual da página web, o que mais nos interessa é a imagem de carne em decomposição que se encontra ao centro, ocupando praticamente todo o campo visual – quando visualizada em uma resolução de 800x600 – da janela. Ao entrar no site, o visitante é convidado a clicar sobre a imagem a fim de “disparar o relógio web”, quando a ação é feita, a expectativa de que algo de significativo iria acontecer, se desfaz: somente uma linha horizontal atravessa verticalmente a imagem – referenciando uma varredura – mas a imagem continua intacta.
Os autores utilizam no site um mecanismo que contabiliza cada clique efetuado sob a imagem, somando os cliques de todos os visitantes. Ao chegar a um determinado número de cliques – que não é informado em nenhum momento – efetuados por inúmeros visitantes juntos, substitui-se a imagem até então disponível, por outra que estará a mercê do mesmo mecanismo.
A título de curiosidade, podemos intuir que o número necessário de cliques para a substituição-morte da imagem seja elevado. O site foi acompanhado no período do dia 08 de maio de 2002 a 20 de junho de 2002 e, durante este período, apenas uma imagem foi substituída. Vale lembrar que parte desse período compreendeu a Bienal, o que teoricamente significa que muitas pessoas acessaram o site no espaço expositivo e através da divulgação do evento na mídia.
Em debate sobre Net Art Brasil realizado na Fundação Bienal de São Paulo, em 28 de maio de 2002, sob a coordenação da curadora adjunta Christine Mello, Muller e Goifman salientaram que somente alguns componentes da equipe de produção saberiam dizer qual o número exato de cliques necessários para a morte/esquecimento da imagem. Disseram também que foram informados de casos de pessoas que passaram horas clicando frente à imagem para vê-la mudar.
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