por Sílvio Anaz
A moda nem sempre existiu. O filósofo francês Gilles Lipovetsky, um estudioso do assunto, aponta como fase inaugural da moda o século 14. De lá até o século 19 ocorre o que ele classifica como estágio artesanal e aristocrático da moda.
Mas e antes disso? Antes disso há uma história do vestuário nas sociedades primitivas, da Antiguidade e da Idade Média baseada numa visão conservadora de reprodução e respeito ao passado. Mesmo os diferentes trajes e ornamentações existentes entre os integrantes dessas sociedades obedeciam a tradições e normas coletivas rígidas e praticamente permanentes. Durante séculos, os trajes no Egito, na Grécia e em Roma permaneceram praticamente imutáveis. O mesmo fenômeno aconteceu no Oriente.
Somente com o aparecimento de uma lógica estética autônoma, com a possibilidade de exercer o individualismo, nasce o que hoje chamamos de moda. Para o sociólogo francês Jean-Gabriel de Tarde (1843-1904), no mundo primitivo e Antigo predomina o prestígio da tradição, com a imitação dos ancestrais, enquanto que com o surgimento da moda há um culto às novidades e a imitação dos modelos presentes. A segunda metade do século 14 é um marco nessa transformação que atingiu principalmente a alta sociedade da época tomada por um desejo de novidades. Houve naquele momento uma revolução no vestuário com a adoção de trajes nitidamente diferenciados entre os sexos: um vestuário curto e ajustado para o homem, composto de jaqueta curta e estreita e calções colantes no formato das pernas, e longo e justo para a mulher, composto por um vestido longo ajustado e decotado.
À medida que houve um avanço da burguesia ocorre também uma expansão da moda. Ao longo dos séculos 16 e 17, os trajes que eram exclusivos das classes nobres passaram também a ser os dos novos ricos, oriundos das atividades bancárias e do comércio. No século 18, a média e a pequena burguesia urbana também começaram a poder seguir a moda, ainda que sem o mesmo luxo e a ostentação da aristocracia. Mas já era possível desfrutar de uma certa liberdade individual estética que no início se restringia aos monarcas e agora já alcançava classes sociais intermediárias.
Nessa transformação que possibilitou o surgimento da moda contribuíram, além das questões sociais, as condições econômicas e históricas da Europa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. O crescimento econômico, motivado pelo comércio e trocas internacionais, o renascimento urbano e o desenvolvimento das manufaturas e das fábricas de tecidos aliados a uma maior estabilidade político-militar, com o fim das “invasões bárbaras” e o início da formação dos Estados nacionais, possibilitaram às nobrezas e à burguesia em ascensão dedicarem mais tempo para desfrutar do desenvolvimento material e dos prazeres mundanos.
Mas é a partir do final do século 19 e durante o século 20 que a moda estabeleceu-se como a concebemos atualmente. O gosto e o desejo pelo novo ganharam novas dimensões, tornaram-se mais intensos e freqüentes, e o acesso à moda chegou às classes mais baixas. É nesse momento que surgem a Alta Costura e a confecção industrial. Apesar de dominantes, esses dois modos de fazer moda convivem ainda com as pequenas confecções e com as pessoas que preferem produzir suas próprias roupas.
A Alta Costura é composta por criações de luxo feitas sob medida. Cabe a ela inovar e lançar as tendências da moda para as próximas estações. Já à confecção industrial cabe normalmente reproduzir essas tendências em peças com qualidade muito inferior, mas com preços acessíveis às diferentes camadas sociais.
Fonte: http://pessoas.hsw.uol.com.br/industria-da-moda1.htm
A moda nem sempre existiu. O filósofo francês Gilles Lipovetsky, um estudioso do assunto, aponta como fase inaugural da moda o século 14. De lá até o século 19 ocorre o que ele classifica como estágio artesanal e aristocrático da moda.
Mas e antes disso? Antes disso há uma história do vestuário nas sociedades primitivas, da Antiguidade e da Idade Média baseada numa visão conservadora de reprodução e respeito ao passado. Mesmo os diferentes trajes e ornamentações existentes entre os integrantes dessas sociedades obedeciam a tradições e normas coletivas rígidas e praticamente permanentes. Durante séculos, os trajes no Egito, na Grécia e em Roma permaneceram praticamente imutáveis. O mesmo fenômeno aconteceu no Oriente.
Somente com o aparecimento de uma lógica estética autônoma, com a possibilidade de exercer o individualismo, nasce o que hoje chamamos de moda. Para o sociólogo francês Jean-Gabriel de Tarde (1843-1904), no mundo primitivo e Antigo predomina o prestígio da tradição, com a imitação dos ancestrais, enquanto que com o surgimento da moda há um culto às novidades e a imitação dos modelos presentes. A segunda metade do século 14 é um marco nessa transformação que atingiu principalmente a alta sociedade da época tomada por um desejo de novidades. Houve naquele momento uma revolução no vestuário com a adoção de trajes nitidamente diferenciados entre os sexos: um vestuário curto e ajustado para o homem, composto de jaqueta curta e estreita e calções colantes no formato das pernas, e longo e justo para a mulher, composto por um vestido longo ajustado e decotado.
À medida que houve um avanço da burguesia ocorre também uma expansão da moda. Ao longo dos séculos 16 e 17, os trajes que eram exclusivos das classes nobres passaram também a ser os dos novos ricos, oriundos das atividades bancárias e do comércio. No século 18, a média e a pequena burguesia urbana também começaram a poder seguir a moda, ainda que sem o mesmo luxo e a ostentação da aristocracia. Mas já era possível desfrutar de uma certa liberdade individual estética que no início se restringia aos monarcas e agora já alcançava classes sociais intermediárias.
Nessa transformação que possibilitou o surgimento da moda contribuíram, além das questões sociais, as condições econômicas e históricas da Europa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. O crescimento econômico, motivado pelo comércio e trocas internacionais, o renascimento urbano e o desenvolvimento das manufaturas e das fábricas de tecidos aliados a uma maior estabilidade político-militar, com o fim das “invasões bárbaras” e o início da formação dos Estados nacionais, possibilitaram às nobrezas e à burguesia em ascensão dedicarem mais tempo para desfrutar do desenvolvimento material e dos prazeres mundanos.
Mas é a partir do final do século 19 e durante o século 20 que a moda estabeleceu-se como a concebemos atualmente. O gosto e o desejo pelo novo ganharam novas dimensões, tornaram-se mais intensos e freqüentes, e o acesso à moda chegou às classes mais baixas. É nesse momento que surgem a Alta Costura e a confecção industrial. Apesar de dominantes, esses dois modos de fazer moda convivem ainda com as pequenas confecções e com as pessoas que preferem produzir suas próprias roupas.
A Alta Costura é composta por criações de luxo feitas sob medida. Cabe a ela inovar e lançar as tendências da moda para as próximas estações. Já à confecção industrial cabe normalmente reproduzir essas tendências em peças com qualidade muito inferior, mas com preços acessíveis às diferentes camadas sociais.
Fonte: http://pessoas.hsw.uol.com.br/industria-da-moda1.htm
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