Missionário ensinando pequenos índios a cantar, óleo de H. Bernadelli - Fonte www.pick-upau.org.br/expedicoes/bandeirantes/...
Dentre as suposições jesuíticas, no presente, realço a noção de que a arte é dispensável no currículo escolar, ocupando uma posição subalterna em relação aos outros saberes, inclusive, os considerados artísticos (literatura).
Os jesuítas consideravam as “artes literárias” como matriz de um raciocínio reto. O estudo da língua materna e do latim era mais importante que a atuação nas artes e ofícios porque, além de reforçar a catequização, desencadeava a contemplação dos clérigos. Tratava-se da apropriação de um raciocínio, de matriz aristotélica, que transpunha a contemplação, ápice da ação filosófica, como principal atributo da santificação.
As artes, como a pintura e a escultura, conviviam com o prestígio que as atividades liberais gozavam e com a mesma subordinação destinada aos ofícios mecânicos, os quais, no conjunto, serviam à catequese e à literatura escolástica. A fronteira entre as artes e os ofícios mecânicos terminava se mesclando. O ensino associava o ver e o executar. Não se tratavam de atividades congêneres, uma vez que serviam ao projeto de catequização.
Erinaldo Alves
Julho de 2007
(trechos extraídos da Tese de doutorado. Ver indicação bibliográfica na coluna ao lado)
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