Olá pessoal,
estava pesquisando na internet sobre a vida da grande Dra. Nise da Silveira e encontrei esse belo texto inspirada na vida e na obra dessa enorme personalidade alagoana, me emocionei tanto que decidi compartilhar essa alegria com voces!
PALMAS PARA UMA GRANDE ALMA!
Rio de Janeiro, cemitério São João Batista, um domingo ensolarado, dia 31 de outubro de 1999. Pessoas, muitas pessoas: poetas, psicólogos, artistas, médicos, gente simples, gente famosa, gente que trabalha em várias profissões. Ao pé do humilde túmulo do corredor vertical, perto de tantos outros (com estátuas de mármore a indicar o nível social do morto), flores, muitas flores...margaridas, rosas, dálias, coroas. Ao fechar do túmulo, a emoção da despedida, olhos marejados, embargo na garganta. De repente alguém começa a bater palmas, todos aderem, numa impressionante homenagem. Uma voz (de um ex-excluído) canta: "Viva a Nise!" Pal mas, palmas vigorosas, palmas respeitosas, palmas de acompanhamento ao vôo de uma GRANDE ALMA.
Palmas para os 94 anos de uma vida fecunda, de alguém que plantou uma enorme árvore, cujos frutos atravessarão as gerações. Todos nós, Nise, te amaremos sempre, tua vida continua em esferas mais altas, junto com os animais que tanto amaste, dos amigos e parentes que já se foram e das pessoas que salvaste das trevas do esquecimento, dos abismos da loucura abandonada. Junto de Adelina, Fernando, Emygdio, Otávio, Raphael, Isaac, Carlos, e outros pintores que pinçaram imagens fortes e belas das profundezas internas em que estavam mergulhados. Pintavam e esculpiam como mestres, viviam com mendigos. Criaram um tesouro inestimável para a humanidade; obras de arte, que além da beleza, são preciosas fontes para o conhecimento do mundo dos sonhos, dos sonhos que vão além da vida de cada um de nós e abarcam o que nos faz irmãos no tecido sem fios, no tecido escondido na eternidade do tempo e do espaço, tecido do espírito.
Foste, Nise, a guardiã cuidadosa e atenta destes tesouros. Sabias, como grande garimpeira da alma, onde estava o ouro. Por isto pouco te importava o ouro material, tão sem brilho e sentido para ti. Por isto tua vida foi, no plano externo, extremamente simples, sem luxo. Ocupavas-te o tempo todo da busca alquímica do verdadeiro ouro, o ouro do amor, da solidariedade, do ouro do conhecimento, do ouro da descoberta do verdadeiro Ser de cada um e de todos. Ah, querida Nise, quem teve o privilégio de ter te conhecido pessoalmente, vai a vida inteira levar na alma as grandes lições aprendidas contigo. São lições de vida , de ousadia, de coragem, de criatividade, de inteligência, de integridade, de entrega aos ideais. Não só a rara competência intelectual, a clareza, a precisão ao lidar com o estudo da psique te caracterizavam, e nos marcaram definitivamente; ficamos impregnados com a convivência com a tua fina sensibilidade. Adoravas a poesia e vivias a poesia do cotidiano de paixão pelo trabalho, de amor pelos animais, crianças, natureza, e, principalmente de amor pelos deserdados da sociedade, os doentes mentais. Acolhias com carinho e respeito quem chegasse à tua casa em busca de conhecimento. Não perguntavas de onde vinha a pessoa, não olhavas como ela se vestia, se tinha títulos acadêmicos, se não tinha. Nada, absolutamente nada, ligado a qualquer tipo de status te impressionava. Acolhias de braços abertos quem chegasse. Só ficavas brava, e muito brava, se sentisses na pessoa falta de sinceridade e de sensibilidade, falta de seriedade no estudo. Eras uma guerreira, e guerreiros não são dóceis, não usam diplomacia. Guerreiros são guerreiros; estão sempre com a espada na mão. Tua espada de luz indicava caminhos, mas também cortava com firmeza os ramos por ti considerados daninhos. Guerreiros também não acertam sempre...e isto não tem importância nenhuma. Guerreiros ousam, arriscam tudo em função do Caminho, que por ser grandioso não tem que ser perfeito. Sempre é, se for o verdadeiro Caminho, iluminado pela sinceridade e pela entrega, como foi o teu.
Palmas para os 94 anos de uma vida fecunda, de alguém que plantou uma enorme árvore, cujos frutos atravessarão as gerações. Todos nós, Nise, te amaremos sempre, tua vida continua em esferas mais altas, junto com os animais que tanto amaste, dos amigos e parentes que já se foram e das pessoas que salvaste das trevas do esquecimento, dos abismos da loucura abandonada. Junto de Adelina, Fernando, Emygdio, Otávio, Raphael, Isaac, Carlos, e outros pintores que pinçaram imagens fortes e belas das profundezas internas em que estavam mergulhados. Pintavam e esculpiam como mestres, viviam com mendigos. Criaram um tesouro inestimável para a humanidade; obras de arte, que além da beleza, são preciosas fontes para o conhecimento do mundo dos sonhos, dos sonhos que vão além da vida de cada um de nós e abarcam o que nos faz irmãos no tecido sem fios, no tecido escondido na eternidade do tempo e do espaço, tecido do espírito.
Foste, Nise, a guardiã cuidadosa e atenta destes tesouros. Sabias, como grande garimpeira da alma, onde estava o ouro. Por isto pouco te importava o ouro material, tão sem brilho e sentido para ti. Por isto tua vida foi, no plano externo, extremamente simples, sem luxo. Ocupavas-te o tempo todo da busca alquímica do verdadeiro ouro, o ouro do amor, da solidariedade, do ouro do conhecimento, do ouro da descoberta do verdadeiro Ser de cada um e de todos. Ah, querida Nise, quem teve o privilégio de ter te conhecido pessoalmente, vai a vida inteira levar na alma as grandes lições aprendidas contigo. São lições de vida , de ousadia, de coragem, de criatividade, de inteligência, de integridade, de entrega aos ideais. Não só a rara competência intelectual, a clareza, a precisão ao lidar com o estudo da psique te caracterizavam, e nos marcaram definitivamente; ficamos impregnados com a convivência com a tua fina sensibilidade. Adoravas a poesia e vivias a poesia do cotidiano de paixão pelo trabalho, de amor pelos animais, crianças, natureza, e, principalmente de amor pelos deserdados da sociedade, os doentes mentais. Acolhias com carinho e respeito quem chegasse à tua casa em busca de conhecimento. Não perguntavas de onde vinha a pessoa, não olhavas como ela se vestia, se tinha títulos acadêmicos, se não tinha. Nada, absolutamente nada, ligado a qualquer tipo de status te impressionava. Acolhias de braços abertos quem chegasse. Só ficavas brava, e muito brava, se sentisses na pessoa falta de sinceridade e de sensibilidade, falta de seriedade no estudo. Eras uma guerreira, e guerreiros não são dóceis, não usam diplomacia. Guerreiros são guerreiros; estão sempre com a espada na mão. Tua espada de luz indicava caminhos, mas também cortava com firmeza os ramos por ti considerados daninhos. Guerreiros também não acertam sempre...e isto não tem importância nenhuma. Guerreiros ousam, arriscam tudo em função do Caminho, que por ser grandioso não tem que ser perfeito. Sempre é, se for o verdadeiro Caminho, iluminado pela sinceridade e pela entrega, como foi o teu.
Autora: Teresa Vignoli.
Disponivel em: htpp://kplus.cosmo.com.br/materia.asp
por/Eliane Honorata.
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