A Anunciação de Fra Angélico
Olhares sobre Arte
Natal e Arte
Natal e Arte
No dia 25 de Dezembro celebra-se a festa do Natal, o nascimento de Jesus Cristo.
O Cristianismo surgiu no seio do Império Romano, lado a lado com as práticas pagãs, tendo a primeira Arte Cristã sofrido algumas aculturações ( a “arte das Catacumbas” serve-se dos modelos estilísticos romanos e dos temas tradicionais pagãos a que os cristãos deram um novo significado) assim como a própria data do nascimento de Cristo, como ignoramos a data precisa deste facto histórico, a Igreja escolheu o dia 25 de Dezembro, dia do solstício do inverno, para cristianizar uma festa pagã que havia em Roma em honra do deus sol.
Vénus de Willendorf, Aústria
O Natal aparece na cultura ocidental como criação da vida, renovação do Mundo, através da maternidade. A fecundidade como factor determinante da origem do homem foi, desde sempre, objecto de interesse por parte dos artistas. Já no paleolítico superior representavam a figura da mulher, exagerando as partes do corpo relacionadas com a maternidade (corpo volumoso, seios enormes, ventre proeminente, ancas e coxas grandes e salientes) acreditando que facilitava a procriação e consequentemente a conservação da espécie. Estas estátuas femininas, chamadas “Vénus” eram divindades ligadas ao culto da fertilidade.
O Natal, símbolo emblemático do nascimento do Salvador é celebrado nos quadros de Fra Angelico, “A Anunciação” e de Correggio, “A Noite Santa” com os dois mais alegres eventos da história do Natal.
O Retábulo de Fra Angelico “A Anunciação” é uma obra prima italiana de Quattrocento, das origens do Renascimento em Florença do século XV. Conta a aparição do Arcanjo S. Gabriel à Virgem Maria, anunciando-lhe que Ela tinha sido escolhida para ser a Mãe de Cristo.
Uma das mais famosas obras de Correggio, pintor do século XVI (Cinquecento), “A Noite Santa” mostra-nos um pastor de elevada estatura, apoiado no seu cajado, a ter uma visão do Céu onde os Anjos cantam e rodopiam alegremente sobre uma nuvem enquanto olham o que se desenrola em baixo. Nas ruínas sombrias do estábulo o Menino, recém-nascido irradia luz, iluminando o rosto da feliz Mãe. O Pastor ajeita o gorro e está pronto a ajoelhar-se e a adorar o Menino. S. José, nas trevas exteriores, é uma figura presente, mas, nesta cena, secundária. Corregio privilegia uma modelagem pela cor, fazendo esbater os contornos das figuras. Utiliza a técnica da gradação da cor e da transição do claro para o escuro (sfumato), as figuras parecem surgir da escuridão. O uso do claro-escuro permite dar ênfase a certas figuras e diminuir a importância de outras. Insere a Natureza no seu quadro (Naturalismo), procura a perspectiva correcta e revela uma grande preocupação com o equilíbrio da composição que o leva a utilizar a composição em pirâmide, características da pintura do Renascimento.
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