Por: MARINA MAGALHÃES, do "Jornal da Paraíba"
Mais de 11% dos estudantes do ensino fundamental e do ensino médio sofrem de depressão na Paraíba. Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número corresponde a 103,4 mil crianças e adolescentes em um universo de 940 mil estudantes. É o que revela a pesquisa ‘Depressão no Contexto Escolar na Região Nordeste’, desenvolvida por 15 pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob a coordenação da professora da Pós-Graduação em Psicologia, Maria da Penha Coutinho. O estudo está sendo realizado com alunos da rede pública e particular de ensino de todo o Nordeste, concentrando-se nas capitais: João Pessoa, Recife, Natal, São Luís, Teresina, Salvador, Aracaju, Fortaleza e Maceió. Na Paraíba, os métodos de abordagem da pesquisa, que incluem Inventário da Depressão Infantil (CDI); Escala de Bem-Estar Subjetivo; Teste de Associação Livre de Palavras; Desenho-Estória com Tema; Escala de Avaliação das Estratégias de Aprendizagem e Questionário Sócio-Demográfico, já foram aplicados com 1.560 pessoas. Deste total, o índice epidemiológico da doença foi identificado em aproximadamente 170 entrevistados.
A professora da Pós-Graduação em Psicologia e coordenadora do Núcleo de Aspectos Psicossociais de Prevenção em Saúde Coletiva informa que a depressão investigada pela pesquisa é a doença “decorrente de efeitos traumáticos advindos do contexto social que interfere significativamente na qualidade de vida das pessoas, ocasionando sofrimento psíquico”. Penha Coutinho explica que ainda há outro tipo de depressão que é a provocada “pelo fator biológico, hereditário, comum nas famílias em que já há algum tipo de predisposição”.
Até o momento, a pesquisa já foi realizada em 22 escolas distribuídas por toda a Região Nordeste. Pernambuco tem liderado o ranking com o maior índice, registrando 12,8% de alunos com depressão, algo em torno de 270 mil alunos dentre os 2,1 milhões matriculados nos níveis avaliados. No Maranhão, o índice chega a 12,6%, ou 213 mil crianças e adolescentes entre as 1,7 milhão inseridas no contexto escolar. Os dados dos outros estados ainda estão em fase de análise.
A coordenadora do estudo explica que o trabalho obedeceu ao critério de contemplar escolas dos mais variados segmentos sociais, com o propósito de investigar o fenômeno em todas as classes. Ela assegura que a pesquisa foi aplicada somente mediante a permissão prévia da escola, do educador e dos pais dos entrevistados.“Nosso objetivo com este projeto é investigar a depressão na criança e no adolescente para buscar novas formas de lidar com as causas, os sintomas e o tratamento da doença”, justifica Penha Coutinho. “Esperamos que isso auxilie na avaliação psicológica preventiva e subsidie práticas sociais voltadas para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar nestas duas fases do desenvolvimento humano”.
síndrome
- Mudanças de comportamento repentinas como tristeza, isolamento, agressividade;
- Chamados dos pais são ignorados;
- Falta de interesse por atividades até então prazerosas;
- Atitudes de retraimento e de desinteresse permanentes;
- Aparência de aborrecimento, insatisfação. Quase nada lhe satisfaz ou dá prazer;
- Sentimento de rejeição e tendência a se afastar facilmente quando desapontado;
- Problemas do sono e alimentação;
- Idéias de suicídio e morte, principalmente nas crianças mais velhas e nos adolescentes.
Fonte: http://jornaldaparaiba.globo.com/v2008/cida.php?id=18475&IDNOT=1
Valeu, Fabrícia, pela dica....
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