Pular para o conteúdo principal

Artistas contemporâneos africanos: os contrates sociais na fotografia de Zwelethu Mthethwa

Foto do artista
Adiante o trabalho de um artista participante da Mostra Africana de Arte Contemporânea, promovida pelo SESC- POMPÉIA, entre 16 de agosto a 19 de setembro de 2000.
Desde 1996, Zwelethu Mthethwa vem fotografando pessoas em interiores domésticos em Crossroads e outros assentamentos informais (favelas) na periferia da Cidade do Cabo.
Mthethwa toma uma abordagem direcional com suas imagens, trabalhando em uma dimensão que busca estabelecer um equilíbrio entre a chamada objetividade do foto-jornalismo e uma abordagem mais pessoal que trate seus retratados como sujeitos, mais do que como vítimas.
Ao fotografar as pessoas no interior de seus ambientes, Mthethwa mantém a integridade de seus retratados, criando um senso de dignidade.
Mthethwa sublinha o ponto com referência particular ao uso da cor como um instrumento que sugira uma mudança da abordagem documentária dos enclaves (townships) que usam preto e branco.
O interior de muitos barracos são forrados de posters e rótulos de embalagem coloridos, aludindo à sensibilidade popular no que concerne a reciclagem de materiais.
Espacialmente, o fundo constituído de imagens de papel de parede parecem dominar os interiores com seu brilho, sua híper-realidade comercial e sua insistente repetição.
Com tanta arte sul-africana sendo enquadrada como política, a reconstrução por Mthethwa de biografias arranjadas sugere um movimento em direção a uma estética que poderia ser a grosso modo definida com uma "sensibilidade africana".
Estas não são imagens políticas, mas sim o retrato de espaços estéticos pessoais dos modelos individuais.

Sem título - Zwelethu Mthethwa

Este trabalho composto por retratos de pessoas em suas casas ou barracos, na periferia da Cidade do Cabo.
Em geral os indivíduos fotografados por Mthethwa são de origem pobre, vindos do interior da África do Sul, das zonas rurais, e enfrentam na cidade grande a indiferença e um senso de perda de identidade e de raízes.
Sua pobreza os faz reciclar materiais como placas publicitárias, na construção de seus barracos, o que resulta em um tipo de "decoração" com muita cor.
Esta cor de certa maneira resgata a dignidade para o morador, e cria um contraponto significativo entre o trabalho de Mthethwa e as habituais fotografias em preto e branco que estão associadas à pobreza da população da África.
As fotografias são feitas sempre com luz natural.

Fonte:
http://www.videobrasil.org.br/africa/zwelethu_untitled.htm

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CULTURA E BELEZA...

Os padrões estéticos são diferentes para diversos povos e épocas. Muitas vezes o que consideramos algo bizarro e feio, para alguns povos é algo com significado especial e uma busca por outro padrão de beleza. Na África diversos povos possuem algumas práticas e costumes que podem parecer bizarros para os ocidentais. O povo Mursi, na Etiópia, costuma cortar o lábio inferior para introduzir um prato até que o lábio chegue a uma extensão máxima, costuma pôr também, no lóbulo da orelha. Ao passar dos anos, vão mudando o tamanho da placa para uma maior até que a deformação atinja um tamanho exagerado. Tais procedimentos estão associados a padrões de beleza.[...] As mulheres do povo Ndebele, em Lesedi, na África, usam pesadas argolas de metal no pescoço, pernas e braços, depois que casam. Dizem que é para não fugirem de seus maridos e nem olharem para o lado. Esse hábito também pertence as mulheres do povo Padaung, de Burma, no sudoeste da Ásia, conhecidas como “mulheres girafas”. Segundo a t

Iluminogravuras de Ariano Suassuna

1) Fundamentos da visualidade nas imagens de Ariano Suassuna: - É herdeiro de uma visão romântica: “invenção de uma arte tipicamente nacional”. - O nordeste surge como temática privilegiada no modernismo, especialmente, após a década de 1930; - Ariano acredita que a “civilização do couro” gestou nossa identidade nacional; - Interesse por iluminuras surgiu a partir de A Pedra do Reino 2)Iluminuras Junção de Iluminuras com gravuras. É um tipo de poesia visual: une o texto literário e a imagem. Objeto artístico, remoto e atual, que alia as técnicas da iluminura medieval aos modernos processos de gravação em papel. 3) Processo de produção de iluminuras Para confeccionar o trabalho, Ariano produz, primeiro, uma matriz da ilustração e do texto manuscrito, com nanquim preto sobre papel branco. Em seguida, faz cópias da matriz em uma máquina de gráfica offset; Depois, cada cópia é trabalhada manualmente: ele colore o desenho com tintas guache, óleo e aquarela, por meio do pincel. - Letras – ba

RCNEI - Resumo Artes Visuais

Introdução: As Artes Visuais expressam, comunicam e atribuem sentidos a sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por vários meios, dentre eles; linhas formas, pontos, etc. As Artes Visuais estão presentes no dia-a-dia da criança, de formas bem simples como: rabiscar e desenhar no chão, na areia, em muros, sendo feitos com os materiais mais diversos, que podem ser encontrados por acaso. Artes Visuais são linguagens, por isso é uma forma muito importante de expressão e comunicação humanas, isto justifica sua presença na educação infantil. Presença das Artes Visuais na Educação Infantil: Idéias e práticas correntes. A presença das Artes Visuais na Educação Infantil, com o tempo, mostra o desencontro entre teoria e a prática. Em muitas propostas as Artes Visuais são vistas como passatempos sem significado, ou como uma prática meramente decorativa, que pode vir a ser utilizada como reforço de aprendizagem em vários conteúdos. Porém pesquisas desenvolvidas em diferentes campos das ciê