Lançamento da nova versão do badalado GTA reabre a discussão em torno das más influências dos videogames
O lançamento mundial do polêmico Grand Theft Auto IV (Grande Roubo de Carro) repõe um tema: o dos efeitos dos videogames violentos na formação das crianças. Trata-se de medir o alcance educacional do acesso de menores de idade a um universo que mistura o lúdico com o bêabá do crime.
Em suas 60 horas de jogo, o Grand Theft Auto IV conta a história de Niko Bellic, imigrante sérvio que chega ilegalmente a Liberty City, recriação de Nova York, e se envolve com o mundo do crime. Para ganhar a vida rouba carros, briga nas ruas e mata pessoas. Nos Estados Unidos recebeu a classifi cação “M”, para maiores de 17 anos, a máxima possível para a Comissão de Classifi cação de Softwares Eletrônicos, destaca o jornal Boston Herald.
“Esses jogos podem ser perigosos se não forem manejados com responsabilidade”, escreve Craig Silliphant no blog News Talk 650. “Da mesma forma que você não deixa um garoto de 10 anos fumar, não o permitiria aprender a desumanizar pessoas matando prostitutas pixelizadas. ” Na Austrália, na Nova Zelândia e na Alemanha a mais recente versão do GTA sofreu corte de cenas. No Brasil ainda não há defi nição. Em abril passado a Justiça gaúcha proibiu a venda do jogo Bully, do mesmo fabricante do GTA, por “retratar humilhação e professores inescrupulosos” em salas de aula.
Adultos. Um dos criadores do GTA, Dan Houser, atira no próprio pé. “Quando começamos havia música, fi lmes e videogames para crianças. Queríamos mudar isso”, afi rmou à alemã Der Spiegel. Mudou, mas as crianças também jogam.Sem fiscalização. O advogado Jack Thompson, conhecido nos Estados Unidos por sua militância em favor da moral e dos bons costumes no mundo dos videogames, foi direto ao ponto em carta à mãe do presidente da empresa que lançou o GTA: “É o maior ataque às crianças americanas desde a poliomielite”, escreveu, citado pelo site da revista Wired.Baixaria. “GTA é um jogo horrível. É o mais próximo da pornografi a que o mundo dos games poderia chegar – e atinge o fundo do poço”, opina Nolan Bushnell, fundador da Atari, empresa arquirival dos fabricantes do polêmico lançamento.
Os defensores dos videogames esgrimem estatísticas. Desde o lançamento do primeiro GTA, em 1997, a quantidade de incidentes violentos de jovens entre 12 e 15 anos caiu de 87, 9 entre mil pessoas para 49, 7 em mil em 2004. Não há, portanto, ilação entre o crime e o console eletrônico. A queda da agressividade coincide com explosão de vendas dos jogos. O GTA deve chegar a 6 milhões de cópias apenas na primeira semana – o que renderia cerca de US$ 1 bilhão, ante US$ 400 milhões do filme Piratas do Caribe 3, o recordista dos primeiros sete dias.
Jogos violentos são apontados como os grandes motivadores para massacres em escolas nos Estados Unidos. De acordo com pesquisas do serviço secreto americano, 12% dos atiradores tinham interesse por esse tipo de entretenimento. Os adeptos da brincadeira agressiva apontam uma ressalva: as autoridades esconderam outros hábitos dos criminosos, como o da leitura (24%) e cinema (27%), lembra o site Games Radar. Por isso, videogames não podem ser os únicos vilões.
Bom senso é a chave. “Se seu fi lho não encomendou uma metralhadora pelo correio depois de assistir a Rambo 50 vezes ele talvez entenda o que é o jogo”, ironiza Mary Jane Irwin, especialista em games da revista Forbes.Desconhecimento. Nos anos 1950 diziam que ouvir Elvis transformaria os fãs em viciados por sexo. O RPG Dungeons & Dragons, dos anos 1990, produziria assassinos em série. “Ainda estou esperando isso acontecer”, diz Peter Hartlaub, do blog The Poop, que trata de temas relacionados à educação no site do jornal San Francisco Gate.Não é só violência. GTA IV traz mais de 200 músicas, em um repertório que vai do jazz a David Bowie, destaca Naomi Alderman, no blog do inglês Guardian. Além disso, os desenhos são magistralmente bem-feitos.
O lançamento mundial do polêmico Grand Theft Auto IV (Grande Roubo de Carro) repõe um tema: o dos efeitos dos videogames violentos na formação das crianças. Trata-se de medir o alcance educacional do acesso de menores de idade a um universo que mistura o lúdico com o bêabá do crime.
Acham que SIM
Em suas 60 horas de jogo, o Grand Theft Auto IV conta a história de Niko Bellic, imigrante sérvio que chega ilegalmente a Liberty City, recriação de Nova York, e se envolve com o mundo do crime. Para ganhar a vida rouba carros, briga nas ruas e mata pessoas. Nos Estados Unidos recebeu a classifi cação “M”, para maiores de 17 anos, a máxima possível para a Comissão de Classifi cação de Softwares Eletrônicos, destaca o jornal Boston Herald.
“Esses jogos podem ser perigosos se não forem manejados com responsabilidade”, escreve Craig Silliphant no blog News Talk 650. “Da mesma forma que você não deixa um garoto de 10 anos fumar, não o permitiria aprender a desumanizar pessoas matando prostitutas pixelizadas. ” Na Austrália, na Nova Zelândia e na Alemanha a mais recente versão do GTA sofreu corte de cenas. No Brasil ainda não há defi nição. Em abril passado a Justiça gaúcha proibiu a venda do jogo Bully, do mesmo fabricante do GTA, por “retratar humilhação e professores inescrupulosos” em salas de aula.
Três argumentos contra os videogames violentos:
Adultos. Um dos criadores do GTA, Dan Houser, atira no próprio pé. “Quando começamos havia música, fi lmes e videogames para crianças. Queríamos mudar isso”, afi rmou à alemã Der Spiegel. Mudou, mas as crianças também jogam.Sem fiscalização. O advogado Jack Thompson, conhecido nos Estados Unidos por sua militância em favor da moral e dos bons costumes no mundo dos videogames, foi direto ao ponto em carta à mãe do presidente da empresa que lançou o GTA: “É o maior ataque às crianças americanas desde a poliomielite”, escreveu, citado pelo site da revista Wired.Baixaria. “GTA é um jogo horrível. É o mais próximo da pornografi a que o mundo dos games poderia chegar – e atinge o fundo do poço”, opina Nolan Bushnell, fundador da Atari, empresa arquirival dos fabricantes do polêmico lançamento.
Acham que NÃO
Os defensores dos videogames esgrimem estatísticas. Desde o lançamento do primeiro GTA, em 1997, a quantidade de incidentes violentos de jovens entre 12 e 15 anos caiu de 87, 9 entre mil pessoas para 49, 7 em mil em 2004. Não há, portanto, ilação entre o crime e o console eletrônico. A queda da agressividade coincide com explosão de vendas dos jogos. O GTA deve chegar a 6 milhões de cópias apenas na primeira semana – o que renderia cerca de US$ 1 bilhão, ante US$ 400 milhões do filme Piratas do Caribe 3, o recordista dos primeiros sete dias.
Jogos violentos são apontados como os grandes motivadores para massacres em escolas nos Estados Unidos. De acordo com pesquisas do serviço secreto americano, 12% dos atiradores tinham interesse por esse tipo de entretenimento. Os adeptos da brincadeira agressiva apontam uma ressalva: as autoridades esconderam outros hábitos dos criminosos, como o da leitura (24%) e cinema (27%), lembra o site Games Radar. Por isso, videogames não podem ser os únicos vilões.
Três argumentos a favor dos videogames como o GTA:
Bom senso é a chave. “Se seu fi lho não encomendou uma metralhadora pelo correio depois de assistir a Rambo 50 vezes ele talvez entenda o que é o jogo”, ironiza Mary Jane Irwin, especialista em games da revista Forbes.Desconhecimento. Nos anos 1950 diziam que ouvir Elvis transformaria os fãs em viciados por sexo. O RPG Dungeons & Dragons, dos anos 1990, produziria assassinos em série. “Ainda estou esperando isso acontecer”, diz Peter Hartlaub, do blog The Poop, que trata de temas relacionados à educação no site do jornal San Francisco Gate.Não é só violência. GTA IV traz mais de 200 músicas, em um repertório que vai do jazz a David Bowie, destaca Naomi Alderman, no blog do inglês Guardian. Além disso, os desenhos são magistralmente bem-feitos.
Fonte:
Comentários