A adoção do espaço fechado na educação pelos jesuítas fez com que crianças deixassem de aprender em contato com vários adultos e passassem a valorizar saberes desconectados da vida diária.
De acordo com o sexo e a idade, a transmissão cultural dos Tupinambás processava-se pela oralidade, nos contatos pessoais. O aprender vivendo era a tônica principal. Tratava-se de uma educação integrada à vida social, pautada na junção entre o dizer e o mostrar, falar e agir coerentemente. Tradicionalmente preparados para “conformar-se aos outros”, todos podiam aprender algo em qualquer tipo de relação social. Qualquer integrante poderia ser "aluno" ou "mestre" em todas as posições da estrutura social.
As crianças aprendiam a tradição milenar, integradas com os adultos, ouvindo os relatos dos antepassados, repetindo padrões e ritos de fabricação dos artefatos. Ainda hoje é difícil pensar uma escola diferente da tradição implantada pelos jesuítas.
Erinaldo Alves
Julho de 2007
(trechos extraídos da Tese de doutorado.
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