Meu ex-aluno, disse:
Sabemos que a lei Lei n.º 10.639/2003 determina a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Numa escola estadual, a qual ministro aulas, optei por inserir o contéúdo acerca do sincretismo, mitologia e visualidade dos terreiros de umbada. Todos os alunos de vários segmentos religiosos receberam bem a proposta, exceto, a face masi radical e xiita do Cristianismo ( Os testemunhas de Jeóva) que juntamente aos pais organizaram uma verdadeira cruzada contra o contéudo e o professor, solicitando da direção da escola a modificação do contéudo " para outras vertentes da cultura afro". Optei por focar no tema justamente para discutir o preconceito acerca das religiões de matiz africana e suas representações. Contudo, toda polêmica gerada mostra que infelizmente uma pequena parte da população parece estar blindada com relação a conversar sobre determinados temas...O que vc me diz ?
erinaldo alves disse (22:18)
oi
o tema é complicado e exige sabedoria
erinaldo alves disse (22:20)
talvez um caminho seja o de aproveitar e discutir as visualidades das religiões representadas ou adotadas pelos alunos, de modo a discutir diferentes preconceitos.
erinaldo alves disse (22:22)
o preconceito abrange diferentes facetas religiosas. O de matriz africana pode ser ponto de partida, ponto do meio ou ponto de chegada para mostrar a diversidade religiosa, suas diferentes visualidades e preconceitos vivenciados
vou aproveitar
erinaldo alves disse (22:23)
se me permitir, sem identificar autoria, por essa conversa no meu blog
muito provocante e inquietante
Foquei a discussão acerca do sincretismo religioso,dos séculos da imposição cristã branca e dei continuidade a observação dos elementos alegóricos de cada orixá atrelando a visualidade de cada um ao panteão católico. Conversamos sobre os termos pejorativos, pois, tenho alunos frequentadores de terreiros e sei o quanto sofrem ou escondem sua religiosidade, vez ou outra durante as aulas escuto
alguma piada de algum colega. O mais interessante é que os alunos que tratam o tema da religiosidade afro com preconceito e desdém, não demonstravam o mesmo "horror" quando estavamos estudandoe refletindo alegorias como foco no panteão greco-romano. Questionados sobre a simpatia da mitologia greco-romana e a antipatia aos mitos ou questões acerca da umbanda ou candomblé eles não souberam explicar
ou responderam que "era coisa do demônio".
Dentro desta lógica deles questionei se a mitologia grega, romana, celta ou indígena eram também "coisa do demônio" assim como africana. Eles disseram que não, contudo, disseram que "a coisa afro" é do demônio, mas não apresentaram argumentos para justificar, além de que a religião deles não permite nem saber nem ouvir sobre "estas coisas".Questionei ainda sobre se nas aulas de Biologia eles não estudaram ou não estudariam sobre as teorias criacionista e a evolutiva, pois, questionaria dogmas por els nem discutidos. Resolveram não responder e retiraram-se das aulas. Muito foi conversado antes, lemos textos, vimos imagens, elementos cotidianos e obras públicas e privadas que carregam símbolos afro ( O arco de Óxossi, na Galleria de Francisco Brennand, os órixas do dique do Tororó na Bahia, entre tantas outras, mas , infelizmente o virus ou o verme da intolerancia contaminou estes alunos que parecem estar blindados a discussão.
Aguarde cenas do próximo capítulo....SE eu não estiver te enchendo rsrsrsrsr
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